Paciente de 42 anos de idade, sexo feminino, procurou atendimento médico especializado pois vinha apresentando, há aproximadamente seis meses, um quadro de fadiga, perda de peso e falta de ar a grandes esforços. Notou nos últimos dois meses um aumento do volume abdominal e edema de membros inferiores bilateralmente, além de perda da sensibilidade dos dedos e tontura ao se levantar.
Nega episódios semelhantes anteriormente. Nega tabagismo ou etilismo.
Na anamnese realizada pelo médico, a paciente possuía histórico familiar de uma doença genética que ela não soube informar, porém sua mãe e seu avô faleceram jovens com problemas semelhantes de cardiopatia.
Ao exame físico, a paciente apresentava-se taquipneica, com aumento do volume abdominal e edema nos membros inferiores bilaterais, até os joelhos. Ao exame do abdomem notou-se hepatomegalia indolor.
Diante do quadro clínico, foi solicitada sua internação.
A paciente evoluiu no hospital com piora do quadro respiratório, sendo solicitado um ecocardiograma que demonstrou coração com função ventricular preservada. No segundo dia de internação, a paciente apresentou choque hemorrágico devido a intenso sangramento intestinal e foram coletados exames laboratoriais que evidenciaram anemia, tempo de coagulação alterado e elevação das enzimas hepáticas.
Após 24 horas da instalação do quadro de choque hemorrágico, a paciente evoluiu a óbito após uma parada cardíaca não revertida após 40 minutos de manobras de reanimação. Diante do quadro clínico duvidoso da causa da morte da paciente, foi solicitada necrópsia a fim de tentar esclarecer a causa da morte. A lâmina histológica que você vê é um fragmento do fígado desta paciente.