Paciente de 48 anos, do sexo feminino, sexualmente ativa com múltiplos parceiros, usuária de drogas ilícitas injetáveis e refere ser portadora de HIV, porém não faz nenhum acompanhamento médico. Procurou atendimento médico pois vinha apresentando, nas ultimas 24 horas, febre, dores de cabeça, fotofobia e rigidez na nuca. Segundo o seu acompanhante, a mesmo vem apresentando alguns episódios de confusão mental.
Durante o exame físico a paciente apresentou uma crise convulsiva de 3 minutos de duração sendo revertida após a administração de benzodiazepínico parenteral.
Encaminhada para tomografia computadorizada do crânio com contraste, que segue abaixo:
Fonte: http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2008/v6n2/a006.pdf
Descrição da imagem: Um corte tomográfico de crânio que demonstrou área hipodensa no lobo temporal direito com pouca captação de contraste (circulo amarelo) sugestiva de encefalite.
Optou-se por realizar a punção lombar para coleta do liquor e envio da amostra para análise. A paciente evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e novos episódios de crise convulsiva, sendo necessária a intubação orotraquel e cuidados em unidade de terapia intensiva.
Após 72 horas de internação, o médico neurologista iniciou o protocolo para diagnóstico de morte cerebral, pois a paciente encontrava-se comatosa após 24 horas sem sedação e com ausência dos reflexos de tronco.
A fim de indicar o paciente como futuro candidato para doação de órgãos, foi solicitada, após o consentimento da família, uma biópsia cerebral para definição diagnóstica.
A analise histopatológica do material biopsiado e o resultado da cultura do liquor coletado na punção lombar descartaram a possibilidade da paciente ser uma doadora de órgãos.
Assim, foi confirmado o quadro de morte cerebral, e como causa da morte foi relatada uma encefalite viral pelo vírus da Herpes, evoluindo com edema cerebral importante e hipertensão intracraniana, que a levou à morte cerebral.